Existem certos momentos de felicidade para os quais fomos preparadas desde sempre, principalmente os relacionados à paixão. Lá no fundo tinha-se a sensação de que um dia eles chegariam, de preferência sem pedir licença, arrebatamento puro. E de fato, mais cedo ou mais tarde, topa-se sem aviso com a felicidade materializada em corpo masculino, numa esquina qualquer da cidade grande. A vida ao lado dele fica meio montanha-russa, meio roda-gigante, euforia e contentamento, quase completa, quase total. E a quase-completude tem tudo a ver com a felicidade, ao menos é o que sempre ouvi por aí. Só que ninguém fala das conseqüências maléficas que as experiências felizes trazem consigo. Duas delas, na minha opinião, são bem problemáticas:
- Tento vivido algo tão mágico, passa-se a conviver com a idéia de que dificilmente se viverá algo tão mágico de novo, porque um raio até cai duas vezes no mesmo lugar, mas as chances são infinitamente pequenas.
- Ao menor sinal que remeta à experiência feliz, aquele sentimento há tempos esquecido, sufocado, reprimido, virá à tona imediatamente. E perturbará o pensamento ao longo de um dia inteiro, talvez até uma semana. Pode ser uma música, a trilha sonora de um filme. Pode ser chocolate quente no domingo. Involuntariamente, aquela saudade doída do que realmente foi bom tomará conta da mente, do corpo, do todo.
Parece que, no caso das mulheres, o acúmulo de experiência joga contra a felicidade.
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