Tá, eu comecei a usar Chronos, a linha anti-rugas da Natura. E não foi porque eu fiz 26 anos, nem porque eu tenho achado a pele ao redor dos olhos meio caída, nem porque estou ficando, literalmente, para titia. Eu comecei a usar Chronos Primeiros Cuidados, para mulheres com mais de 25 anos, porque 1) ganhei o pote de creme de presente de uma amiga no meu aniversário; 2) tenho tempo pra isso. Todos os dias, antes de dormir, além de lembrar e esquecer como foi o dia, eu: 1) tiro a maquiagem; 2) passo uma loção de limpeza no rosto com algodão e, enfim, 3) aplico o Chronos. Ou seja, tenho tempo, né?
Mas a questão é que, de primeira, não foi fácil. Eu nunca tinha ido até o espelho para, de camisola, passar um creme anti-rugas. Nunca tinha me olhado no espelho daquele jeito, pensando em como as coisas estarão daqui a dez anos – mais precisamente, como o meu rosto estará. É difícil começar a sentir na pele que o tempo está passando, sabe? Dramas à parte, era preciso dar o primeiro passo. Eu vou ficar velha, então que seja da melhor maneira, com a cara o menos amassada possível, pensei.
Dei início ao ritual e constatei que anti-rugas são, sim, fedorentos; e que, sim, fazem efeito em pouco tempo (duas semanas e a minha pele já estava outra!). Levou mais alguns dias para que eu enfim aprendesse a passar o creme sem projetar a próxima década nos mínimos detalhes antes de dormir. Um dia de cada vez, Débora Cruz! E com a pele devidamente cuidada!
É claro que não é negócio correr atrás da juventude a toda hora, mas começar a se cuidar, a tratar decentemente a pele, a beber menos (sim!) e a aumentar a quilometragem percorrida na esteira faz bem para a casca e para a alma. Talvez essa seja uma fase careta que vai passar. Talvez eu desista no segundo mês. Talvez eu case em 2011, engravide de gêmeos e não tenha mais tempo para essas coisas nem para escrever em blog. Sei lá.
Por enquanto, há tempo de sobra.
É a parte boa da vida das solteiras expatriadas.
*este post não foi pago pela Natura
domingo, 22 de agosto de 2010
Marca-páginas feminino
Existem certos momentos de felicidade para os quais fomos preparadas desde sempre, principalmente os relacionados à paixão. Lá no fundo tinha-se a sensação de que um dia eles chegariam, de preferência sem pedir licença, arrebatamento puro. E de fato, mais cedo ou mais tarde, topa-se sem aviso com a felicidade materializada em corpo masculino, numa esquina qualquer da cidade grande. A vida ao lado dele fica meio montanha-russa, meio roda-gigante, euforia e contentamento, quase completa, quase total. E a quase-completude tem tudo a ver com a felicidade, ao menos é o que sempre ouvi por aí. Só que ninguém fala das conseqüências maléficas que as experiências felizes trazem consigo. Duas delas, na minha opinião, são bem problemáticas:
- Tento vivido algo tão mágico, passa-se a conviver com a idéia de que dificilmente se viverá algo tão mágico de novo, porque um raio até cai duas vezes no mesmo lugar, mas as chances são infinitamente pequenas.
- Ao menor sinal que remeta à experiência feliz, aquele sentimento há tempos esquecido, sufocado, reprimido, virá à tona imediatamente. E perturbará o pensamento ao longo de um dia inteiro, talvez até uma semana. Pode ser uma música, a trilha sonora de um filme. Pode ser chocolate quente no domingo. Involuntariamente, aquela saudade doída do que realmente foi bom tomará conta da mente, do corpo, do todo.
Parece que, no caso das mulheres, o acúmulo de experiência joga contra a felicidade.
- Tento vivido algo tão mágico, passa-se a conviver com a idéia de que dificilmente se viverá algo tão mágico de novo, porque um raio até cai duas vezes no mesmo lugar, mas as chances são infinitamente pequenas.
- Ao menor sinal que remeta à experiência feliz, aquele sentimento há tempos esquecido, sufocado, reprimido, virá à tona imediatamente. E perturbará o pensamento ao longo de um dia inteiro, talvez até uma semana. Pode ser uma música, a trilha sonora de um filme. Pode ser chocolate quente no domingo. Involuntariamente, aquela saudade doída do que realmente foi bom tomará conta da mente, do corpo, do todo.
Parece que, no caso das mulheres, o acúmulo de experiência joga contra a felicidade.
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