domingo, 24 de janeiro de 2010

Vá a Pirenópolis (depois de conhecer Brasília)

Tenho defendido a tese de que todo mundo precisa, um dia na vida, ir a Brasília. Para conhecer o Congresso Nacional em uma visita guiada e sentar na cadeira de um deputado, no plenário da Câmara; para tirar fotos em frente ao Palácio da Alvorada, onde reside o nosso querido amigo Lula, rindo da pose estática do “Dragão da Independência” que faz a guarda; para rodar pelas tesourinhas até ficar tonto e concluir que não é fácil se achar em uma cidade planejada; para andar de barco no Paranoá, sem dúvida o lago mais fake e também um dos mais bonitos do Brasil, e cantarolar “eu sou surfista...”; para amar e odiar o Oscar Niemeyer e o Lucio Costa.


Brasília é o tipo da cidade que só entende quem conheceu e só gosta quem já morou nela. Às vezes parece Washington, e na maior parte do tempo não se parece com lugar algum. Mas tudo faz sentido quando toca um clássico da Legião Urbana no rádio, principalmente aquela música que diz: “eu rabisco o sol que a chuva apagou”, porque chove durante o verão inteiro. Sério.


Depois que a gente se acostuma com a singularidade urbanística da capital federal e com os nomes criativos das cidades-satélites (Candangolândia, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia), é hora de conhecer o Goiás (com artigo masculino, como dizem os nativos). Um estado que, para a minha surpresa, tem muito mais do que lavouras de soja e duplas sertanejas a oferecer. A começar por Pirenópolis. Distante 140 quilômetros de Brasília, a cidade já serviu de cenário para novela global. Alguém aí lembra de “Estrela-Guia”, com a muito expressiva Sandy no papel principal? Pois é. A trama se passava em Piri. Não que esta informação seja vital... enfim.


Trata-se de uma cidade pequena, média de 20 mil habitantes, localizada na Serra dos Pirineus, com centro histórico conservado ao extremo e ruas de pedra. Rodeada por cachoeiras, tem clima zen, bares charmosos e um artesanato local de fazer até eu abrir a mão. Só não tem gente bonita, mas esse é um problema crônico de todo o Centro-Oeste.


Com suas construções em estilo colonial, seus festivais de jazz e festas religiosas, seus garimpos desativados, Pirenópolis é o paraíso do ex-bicho-grilo, aquele que olha para a barraca guardada na parte de cima do ropeiro, sente saudades, mas não titubeia quando lhe perguntam se prefere ficar em um hotel. Muito tomou Antártica em copo de plástico, mas agora prioriza cerveja extra.


Em Piri, há comida típica goiana (fuja do tal pequi), igrejas construídas em mil setecentos e alguma coisa, restaurantes simples, outros nem tanto, trilhas e cachoeiras a serem vistas durante o dia e uma tal de “Rua do Lazer”, para a qual os boêmios se dirigem à noite. Na minha opinião, é programa para três dias. E vai por mim: volta-se para casa energizado, pensando na próxima ida.



Serviço

Onde ficar:

Pousada Vila Colonial, na Rua da Cruz
Fone: (62) 3331-1930 / 9923-3021
Preço honesto para os parâmetros da cidade: R$ 150 a diária para duas pessoas em alta temporada. Não tem luxo, mas é aconchegante e perto de tudo. Estacione o carro e saia a pé. Kika, a dona da pousada, indica bons passeios.

Onde beber:
Percorra a Rua do Lazer e escolha o seu bar. À tardinha já estão todos abertos.

Onde comer:

Há boas opções, da comida típica local até pizza no forno a lenha. Os preços não são exorbitantes. Não deixe de provar o “empadão goiano”, uma espécie de “xis tudo” em formato de empada. Custa em média R$ 6,00.

Onde comprar:

Gurias, levem uma grana extra só para gastar na feirinha da praça. Artesanato criativo e de qualidade, saias e batas de enlouquecer.

Onde trilhar:
Só posso indicar a Cachoeira do Lazáro, porque foi a única que conheci (uma é suficiente, né?). Integrou as gravações da novelinha da Sandy e o acesso é tranqüilo. Nível básico de dificuldade: qualquer um chega após pagar R$ 15 e andar uns 25 minutos no meio do mato. Vale o esforço.

2 comentários:

  1. Obrigada pela dica pois, estou procurando um lugar para visitar com minha família!

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  2. nossa que tudo caso tenha mais dicas marcinha.moraes10@hotmail.com (quero conhecer lugares peculiares em brasilia

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